A qualidade e a independência dos membros do CG são características essenciais para a valorização e a perceção pública da importância deste órgão de governo da Universidade. A Lista E apresenta-se, tal como em eleições anteriores, como um referencial de estabilidade institucional, uma lista eclética, aberta e independente de quaisquer interesses que não os da afirmação e reforço da capacidade e importância da UC no contexto nacional e internacional. A lista inclui membros com experiência no CG, desta forma garantindo uma continuidade de trabalho e de aprendizagens, e simultaneamente afirma a renovação com novos elementos empenhados em dar o seu saber e dedicação à UC norteados por esses princípios.
A Lista E afirma-se desde já livre de quaisquer compromissos no quadro da eleição do(a) Reitor(a), que ocorrerá sensivelmente a meio do nosso mandato. Perante as candidaturas em presença, os eleitos da Lista E, como pessoas livres, tomarão as suas decisões tendo como princípios essenciais os interesses maiores da UC e a missão expressa no nosso Manifesto.
A cooptação dos membros externos é um processo de enorme importância, em que deveremos escolher personalidades de elevado mérito, com grande prestígio e credibilidade pública. Tal como no passado, o nosso compromisso é cooperar com os membros do CG eleitos pelas diversas listas para obter consensos no quadro de uma saudável discussão de ideias e de perspetivas, evitando estratégias de divisão, procurando trazer para o CG personalidades de diferentes áreas de intervenção e visões, com disponibilidade para contribuir com o seu saber e experiência para os trabalhos do CG e para a afirmação da UC.
Atuaremos sempre num espírito de respeito mútuo entre os órgãos de governo da UC. Defenderemos que sejam trazidos ao CG, acompanhados de toda a informação pertinente, os assuntos que justificam debate e tomadas de decisão neste órgão, sem intromissão na gestão quotidiana da UC, mas também sem abdicar das competências próprias que a lei e os próprios Estatutos da UC lhe conferem.
Para além das reuniões plenárias, parte relevante do trabalho do CG é realizado no seio de comissões especializadas, contribuindo para o cumprimento da missão de planeamento, reflexão e orientação estratégica sobre o futuro da UC, competências essas que incumbem ao CG. Tirando partido da vasta experiência adquirida em mandatos anteriores, pugnaremos pela adequação do número e das áreas de intervenção destas comissões permanentes do CG às necessidades concretas identificadas, num espírito colaborativo que evite compartimentações entre unidades orgânicas e entre corpos constituintes do CG. Defenderemos o acompanhamento da atividade das comissões permanentes em reuniões regulares do plenário e pugnaremos para que as principais conclusões dos relatórios setoriais destas comissões que vierem a ser aprovados pelo CG sejam efetivamente acolhidas nos documentos de orientação da UC, nomeadamente no plano estratégico quadrienal.
Para exercer plenamente as suas competências, o CG terá de ter ideias próprias sobre o funcionamento geral e o rumo da UC. As ideias que apresentamos a seguir constituirão a base da nossa atuação.
Recursos humanos
Do ponto de vista estratégico, é urgente prosseguir uma política consistente de recursos humanos na UC. O elevado número de aposentações deve ser acompanhado por um número igual ou maior de novas contratações de recursos humanos qualificados, com o necessário esforço orçamental. É necessária a implementação de uma política continuada de recrutamento de professores auxiliares em concursos internacionais (aos quais se poderão apresentar muitos investigadores de qualidade ligados à UC), bem como prestar atenção às perspetivas de progressão de carreira dos atuais docentes e investigadores. As crescentes exigências e volume de trabalho das carreiras docente e de investigação requerem ainda formas adicionais de motivação e reconhecimento.
Os recursos humanos não docentes são muito importantes para o desempenho das nossas missões de ensino, de investigação, de transferência de conhecimento e de gestão universitária, requerendo uma política de melhoria contínua. Porque acreditamos que ainda há um longo caminho a fazer no sentido da valorização das pessoas, procuraremos criar estratégias e levar à tomada de medidas efetivas de promoção do bem-estar, da inclusão, da igualdade de género e de oportunidades, e da dignidade humana.
Ensino
O ensino é um dos vetores essenciais da nossa missão, decorrendo a sua centralidade da dimensão educativa inerente à Universidade, local e espaço de encontro intelectual onde a interação, o diálogo, e o progresso conjunto do saber têm um papel fulcral. O ensino presencial de qualidade é um fator de inclusão e democratização, que deve ser complementado por utensílios tecnológicos especializados para maximizar o desempenho das atividades pedagógicas. A interação pessoal é central no processo de ensino-aprendizagem, mas é necessário prestar atenção ao potencial do ensino à distância, incluindo para chegar a novos públicos. O ensino deve ser articulado com a investigação, procurando o envolvimento dos estudantes em atividades de I&D o mais cedo possível, incluindo em projetos com o exterior. Na captação de estudantes para o 1.º ciclo (assunto sobre o qual já produzimos recomendações no anterior CG) deve ser prestada especial atenção a cursos que têm revelado dificuldades de atratividade, estudando e promovendo mecanismos para contrariar essa tendência. Também a atração de alunos para os 2.º e 3º ciclos deve ser alvo de iniciativas consistentes, incluindo para mitigar a perda de alunos entre o 1.º e o 2.º ciclo nos antigos mestrados integrados, sobretudo nas áreas de engenharia e da psicologia. O CG colaborará em iniciativas que procurem aumentar a atratividade dos cursos oferecidos pela UC, incluindo para estudantes estrangeiros, quer em áreas consolidadas, quer em domínios emergentes, como seja tirar o melhor partido do Campus da Figueira da Foz.
Investigação
O reforço de unidades de I&D e domínios de investigação de qualidade é essencial para o reconhecimento nacional e internacional da UC como uma Universidade de investigação presente em múltiplas frentes da ciência e da tecnologia, das humanidades e das ciências sociais. Os órgãos de governo devem promover o dinamismo dos docentes e investigadores e dos grupos de investigação, prestando apoio na organização das unidades de I&D, facilitando o trabalho interdisciplinar, contribuindo para afirmar a extensa investigação de qualidade realizada na UC num ambiente de liberdade intelectual. A Lista E defenderá o aprofundamento de mecanismos de apoio às unidades de I&D na gestão de projetos, reporte às entidades financiadoras, e adiantamentos que permitam a prossecução das atividades de I&D face a possíveis atrasos dos financiamentos, libertando o mais possível os investigadores de tarefas de gestão administrativa. A continuação do trajeto de internacionalização dos financiamentos e da captação de financiamentos em programas muito competitivos merecerá a nossa atenção.
Organização Interna
Sendo a organização interna da UC uma competência do CG, os eleitos da Lista E defenderão medidas que atenuem os efeitos da reduzida autonomia de decisão das Faculdades, que se revelem adequadas para a melhoria do governo universitário. Dentro das Faculdades, promoveremos o aumento da participação de todos os professores e investigadores na vida universitária, defendendo a realização de plenários consultivos em que todos possam intervir. Participaremos de forma construtiva em todas as iniciativas de reflexão sobre a organização interna da UC, como o lugar da Arquitetura e das Artes, bem como o modelo de gestão do estádio universitário, onde a FCDEF, que não possui instalações próprias, desenvolve a sua atividade. Em diálogo com os outros órgãos de governo da UC, estudaremos a possibilidade de criação de um centro cultural universitário que possa constituir-se como ponto de encontro de docentes, investigadores e do corpo técnico.
Património
A área do nosso riquíssimo património (edificado, artístico, documental, bibliográfico, científico, botânico e intangível) continuará a merecer a melhor atenção dos eleitos da Lista E. A UC é também depositária de vários tesouros nacionais, à guarda de bibliotecas, arquivos, museus e coleções, que a distinguem no panorama do país e do mundo e lhe criam especiais responsabilidades de conservação, expansão e disponibilização ao público. Neste contexto, deve ser continuamente examinado o lugar do turismo, no sentido de conciliar a preservação exigida pelo estatuto de Património da Humanidade com a fruição pública e a rentabilização financeira, afirmando a UC como detentora de uma oferta cultural atrativa e rigorosa, guiada pelos mais modernos princípios de gestão patrimonial sustentável. As questões da prevenção e da segurança do vasto património edificado da UC e da segurança das pessoas e bens devem continuar a merecer a atenção e os recursos materiais e humanos que elas exigem.
Intervenção nos debates nacionais
A UC deve ter uma forte intervenção nos debates nacionais sobre políticas públicas, ciência e investigação, evidenciando as suas competências e contrariando uma visão bipolar do país. A UC deve tomar a palavra nos debates sobre o enquadramento legislativo em que conduz a sua ação, incluindo na revisão do RJIES, nas regras de contratação pública (que precisam de ser flexibilizadas aumentando a eficiência sem abdicar do rigor dos procedimentos e do bom uso dos dinheiros públicos, num quadro de maior autonomia e responsabilidade), mas também em áreas como a inteligência artificial, a transição verde e digital, a bioética, os serviços de saúde, a justiça, entre outras.
No plano do desporto universitário, julgamos pertinente compatibilizar as atividades oferecidas pelas secções da AAC e os programas dirigidos aos estudantes que não são enquadrados por elas. A existência de uma carreira dual de estudante-atletas de alto rendimento deve ser favorecida, oferecendo-lhes estruturas de apoio de qualidade e condições de realização escolar adequadas. A atividade física e desportiva mais ocasional deve ser estimulada, em benefício de todos os alunos, mas também da comunidade da UC no seu conjunto.
Comunicação
A valorização da atividade do CG contribui para melhoria da coesão interna da UC. Neste sentido, devem ser reforçados os mecanismos de divulgação da atividade do CG, quer através das comunicações oficiais realizadas após as reuniões plenárias, quer por uma ampla circulação dos documentos e deliberações, por via orgânica, às Direções e órgãos colegiais das Unidades Orgânicas e das UECAF. Em particular, os documentos setoriais resultantes do trabalho das comissões especializadas devem ser alvo de divulgação consentânea com a sua importância.
Diálogo
Por fim, queremos contribuir para um diálogo saudável entre a UC e as forças vivas da cidade e da região, de modo a poder, entre outros objetivos, usar o território como um laboratório vivo, complementando o campus da UC, para muitos projetos científicos e tecnológicos. Neste contexto, é de especial importância incentivar iniciativas de coprodução científica com as pessoas, ao mesmo tempo que o conhecimento existente na UC pode ser aplicado para resolver problemas da vida real, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
O Conselho Geral tem competências próprias de supervisão e de iniciativa estratégica que devem ser plenamente exercidas tendo em vista os mais elevados interesses da Universidade de Coimbra. Sob o lema “Estratégia, Inovação, Reforço da Universidade”, os candidatos da Lista E assumem, uma vez mais, com espírito de responsabilidade, consciência do passado e ambição para o futuro, numa matriz de liberdade e pluralidade, um compromisso de serviço intransigente à Universidade de Coimbra e a Portugal.